O Comércio Atlântico e as Políticas de Melhoramento Animal na Transformação da Paisagem do Planalto Catarinense no Século XX

Autores/as

  • Cristiane Fortkamp Schuch UFSC
  • João Klug

DOI:

https://doi.org/10.32991/2237-2717.2020v10i2.p74-108

Palabras clave:

Pecuária, Comércio Atlântico, Natureza, Modernização

Resumen

A expansão da atividade pecuária no Brasil resignificou as relações entre natureza, sociedade e animais não humanos através de projetos e relações de poder na apropriação de espaços naturais. Dentre estes mecanismos de apropriação, ressalta-se, no mundo agrário, a composição social baseada em questões patriarcais e aristocráticas relacionadas à concentração da terra, renda e acesso à tecnologia produtiva, que também hierarquizaram as estruturas de modernização de espaços em um mesmo território regional. Assim, a historicidade da utilização dos campos no Estado de Santa Catarina, permite analisar como determinados biomas foram inscritos em projetos políticos, econômicos e ambientais que estabelecem diferentes relações entre a sociedade local e a natureza, bem como diferentes configurações de espaço e identidade ao longo do tempo e de acordo com a difusão de tecnologias e genética animal que integrou o sul do Brasil ao complexo colonial mercantil pelo Rio da Prata e Oceano Atlântico.

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Publicado

2020-08-31

Cómo citar

Schuch, C. F., & Klug, J. (2020). O Comércio Atlântico e as Políticas de Melhoramento Animal na Transformação da Paisagem do Planalto Catarinense no Século XX. Historia Ambiental Latinoamericana Y Caribeña (HALAC) Revista De La Solcha, 10(2), 74–108. https://doi.org/10.32991/2237-2717.2020v10i2.p74-108

Número

Sección

Historia, Ciencia y Naturaleza en el Comercio Atlántico