Enxertos Atlânticos: Apontamentos sobre Tropicalidade e Circulação de Plantas na Guiana Francesa à Época da Restauração Bourbon (C. 1815 – C. 1830)

Autores/as

  • Daniel Dutra Coelho Braga Pesquisador autônomo

DOI:

https://doi.org/10.32991/2237-2717.2020v10i2.p109-134

Palabras clave:

história colonial, história ambiental de práticas científicas, sociologia do conhecimento científico

Resumen

O artigo aborda a circulação de plantas no espaço colonial francês à época da monarquia parlamentar, utilizando como fonte publicações produzidas pela Marinha francesa e registros da comunicação mantida entre atores baseados tanto em espaços coloniais quanto em espaços metropolitanos. Analisam-se principalmente cartas referentes ao debate sobre a prática da enxertia em plantações de café na Guiana francesa. Conclui-se que práticas de cultivo foram continuamente atualizadas em função da comunicação estabelecida no interior do Ministério da Marinha e das Colônias francês. Assim, demonstra-se em que medida a apropriação cultural de regiões intertropicais por parte de Estados centralizados europeus se deu mediante práticas situadas em ecologias específicas, para as quais colaboraram, em rede, tanto atores em espaços coloniais como em espaços metropolitanos, e em função das quais os “trópicos”, enquanto espaço conceitual, tornaram-se cada vez mais complexos.

Citas

Armiero, Marco. “Environmental history between institutionalization and revolution: a short commentary with two sites and one experiment.” In Environmental humanities: voices from the Anthropocene, editado por Serenella Iovino e Serpil Opperman, 45-59. Londres: Rowman & Littlefield Publishers, 2016.
Arnold, David. The Problem of Nature: Environment, culture and European expansion. Oxford: Blackwell Publishers, 1996.
Backouche, Isabelle. La monarchie parlementaire, 1815-1848: De Louis XVIII à Louis-Philippe. Paris: Pygmalion/Gérard Watelet, 2000.
Cabral, Diogo de Carvalho. Na presença da floresta: Mata Atlântica e história colonial. Rio de Janeiro: Garamond, 2014.
Conrad, Sebastian. Globalisation and the nation in Imperial Germany. Traduzido por Sorcha O’Hagan. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
Crosby, Alfred. Imperialismo ecológico: a expansão biológica da Europa, 900-1900. Traduzido por José Augusto Ribeiro e Carlos Afonso Malferrari. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
Ferrão, José E. Mendes. Le voyage des plantes & les grandes découvertes. Paris: Éditions Chandeigne, 2015.
Grove, Richard. Green Imperialism: Colonial expansion, Tropical Island edens and the origins of environmentalism, 1600-1800. Cambridge/New York/Melbourne: Cambridge University Press, 1995.
Haraway, Donna. “Situated knowledge: the science question in feminism and the privilege of partial perspective.” Feminist studies 14, no. 30 (1988): 575-599.
Headrick, Daniel R. Power over peoples: technology, environments, and Western imperialism, 1400 to the present. Princeton/Oxford: Princeton University Press, 2010.
Holanda, Sérgio Buarque de. “Técnicas rurais,” in Caminhos e fronteiras, 3a ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1994 [1956].
Jones, Peter M. Agricultural Enlightenment: knowledge, technology, and nature, 1750-1840. Oxford: Oxford University Press, 2016.
Kury, Lorelai. “Plantas sem fronteiras: jardins, livros e viagens, séculos XVIII – XIX.” In Usos e circulação de plantas no Brasil, séculos XVI-XIX, organizado por Lorelai Kury, 228-291. Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio, 2013.
Kury, Lorelai. Histoire naturelle et voyages scientifiques (1780-1830). Paris: L’Harmattan, 2001.
Mauro, Fréderic. Expansão europeia (1600-1870). Traduzido por Maria Luiza Marcílio. São Paulo: EdUSP, 1980.
Overton, Mark. Agricultural Revolution in England: the transformation of the Agrarian Economy, 1500-1850. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
Pádua, José Augusto. Um Sopro de Destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista (1786-1888). 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
Pereira, Ivete Machado de Miranda. “La Gabrielle, cravo e canela: a invasão luso-brasileira da Guiana francesa e a cobiça pelas especiarias (1808-1817).” In Natureza e cultura nos domínios de Clio: história, meio ambiente e questões étnicas, editado por André Figueiredo Rodrigues, Edson Silva, e José Otávio Aguiar, 209-230. Campina Grande: EDUFCG, 2012.
Raj, Kapil. Relocating modern science: circulation and the construction of knowledge in South Asia and Europe, 1650-1900. Houndmills/New York: Palgrave Macmillan, 2007.
Sampaio, Patrícia Melo. “Política indigenista no Brasil imperial.” In O Brasil Imperial, Volume I: 1808-1831, organizado por Keila Grinberg e Ricardo Salles, 175-206. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
Shapin, Steven. “History of science and its sociological reconstructions.” History of Science 20 (1982): 157-211.
Williams, Michael. “The role of deforestation in Earth and World-System integration.” In Rethinking Environmental History: World-System History and Global Environmental Change, editado por Alf Hornborg, J. R. McNeill e Joan Martinez-Alier, 101-122. Lanham/NewYork/Toronto/Plymouth: Altamira Press, 2007.

Publicado

2020-08-31

Cómo citar

Coelho Braga, D. D. (2020). Enxertos Atlânticos: Apontamentos sobre Tropicalidade e Circulação de Plantas na Guiana Francesa à Época da Restauração Bourbon (C. 1815 – C. 1830). Historia Ambiental Latinoamericana Y Caribeña (HALAC) Revista De La Solcha, 10(2), 109–134. https://doi.org/10.32991/2237-2717.2020v10i2.p109-134

Número

Sección

Historia, Ciencia y Naturaleza en el Comercio Atlántico