Entre Extrativismo e Ciência: A História da Exploração da Cera de Carnaúba no Nordeste do Brasil na Primeira Metade do Século XX
DOI:
https://doi.org/10.32991/2237-2717.2022v12i2.p107-139Palabras clave:
extrativismo, cera de carnaúba, ciência e tecnologia, agricultura, nordeste do BrasilResumen
Este trabalho visa compreender a atuação de cientistas, técnicos, políticos e instituições no extrativismo da cera de carnaúba na primeira metade do século XX. A carnaúba (Copernicia cerifera Mart.) é um vegetal endêmico do semiárido do Brasil, presente em maior número nos estados do Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. De grande utilidade nessas regiões, o produto de maior valor comercial que alçou o vegetal à condição de planta extrativa foi a cera, produzida a partir da extração de um pó branco incrustado em suas folhas. A busca pelas melhores formas de extração da matéria-prima e de produção de cera de carnaúba motivou especialistas desde o século XIX a discutirem e elaborarem propostas para obtenção de um produto cada vez mais valorizado dentro e fora do país. Com base na análise de documentos publicados pelo Ministério da Agricultura e outros órgãos oficiais brasileiros e norte-americanos, o argumento central será demonstrar o papel das ciências e da tecnologia na introdução de métodos inovadores e de um aparato científico, como a invenção de máquinas de extração, aplicadas a uma agricultura desde muito tempo baseada fortemente no cultivo e comércio locais.
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