“Eu Sou como a Garça Triste”: Romantismo, Escravidão e Natureza na Poetica de Castro Alves
DOI:
https://doi.org/10.32991/2237-2717.2024v14i3.p317-356Palabras clave:
natureza, escravidão, Castro Alves, rehumanização, romantismoResumen
Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871) ficou conhecido como “o poeta dos escravos” por causa de seus poemas abolicionistas. O poeta fazia parte do romantismo brasileiro, não se furtando às representações da natureza. O romantismo brasileiro, por seu turno, surge ligado ao Estado do recém-nascido império, e esteve intimamente relacionado à formação de uma nacionalidade que tentava opor a nova nação à antiga metrópole. Nesse sentido, Castro Alves criou representações que eram hiperbólicas e que dividiram opiniões - como as de seus amigos, e abolicionistas, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco -, apesar de seus poemas serem até hoje apreciados por sua beleza nas descrições, muitas vezes grandiloquentes. O poeta abolicionista relacionou suas representações da natureza aos escravizados, implementando uma retórica de positivação com relação a esses indivíduos, reumanizando-os ao reconhecê-los como parte da natureza, e dessa forma, subvertendo a coisificação que lhes era imposta pelos senhores e por todo o sistema escravista.
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