Transformações Socioambientais no Alto Rio Uruguai (SC, Brasil) nos Últimos 700 Anos
DOI:
https://doi.org/10.32991/2237-2717.2023v13i3.p232-257Palavras-chave:
palinologia, Santa Catarina, história ambiental, arqueologiaResumo
Neste estudo foi analisado o contexto de modificações ambientais dos últimos 700 anos 14C AP na região do alto rio Uruguai, por meio de uma abordagem que uniu informações da História Ambiental, Arqueologia e Palinologia. Apresentamos as modificações ambientais de origem antrópica desde tempos pré-coloniais com grupos Guarani de origem amazônica, até a chegada de europeus e seus descendentes no século XX. Para tanto, são utilizadas fontes históricas, arqueológicas e, sobretudo, dados do registro polínico com base num testemunho sedimentar coletado no município de Mondaí, Estado de Santa Catarina. O registro polínico indica predomínio de táxons florestais dos 715 ± 15 anos 14C AP até a atualidade. Contudo, a variação percentual de tipos polínicos importantes para as ocupações humanas indicou a ocorrência de três fases. A fase I (715-317 anos 14C AP) é dominada por espécies nativas da Floresta Estacional Decidual. Também foi observada alta porcentagem polínica de táxons utilizados como fonte de alimentação e para produção de artefatos pelos Guarani, assim como a evidência de grãos de pólen de milho. Na fase II (158 anos 14C AP) grãos de pólen de Pinus sp.L. e Eucalyptus sp.L'Hér. são encontrados pela primeira vez no perfil indicando a interferência do colonizador europeu na região. Aumenta o percentual polínico de Pinus sp. e Eucalyptus sp. na fase III (entre 158 anos 14C AP até o presente) sugerindo maior impacto antrópico no ambiente. Outro dado importante, resultante dessa pesquisa, foi a identificação de pólen de milho, evidenciado desde 715 ± 15 anos 14C AP, correspondendo ao registro polínico mais antigo de Zea maysL. em Santa Catarina conhecido até o momento.
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