Floresta Branca: o Sertão dos Engenheiros
DOI:
https://doi.org/10.32991/2237-2717.2024v14i3.p488-519Palavras-chave:
história ambiental, caatinga, sertões, História Ambiental; Patrimônio; Paisagem; Museu; TurismoResumo
Através do conceito de paisagem este artigo explora algumas representações sobre a Caatinga, notadamente, ao final do século XIX, com intuito de compreender o fenômeno das secas bem como os debates ensejados por suas crises socioambientais a partir da perspectiva da História Ambiental. Nesse sentido, por meio de uma abordagem transdisciplinar, o texto de Saturnino de Brito sobre os sertões nodestinos foi utilizado para identificar outras representações sobre as caatingas produzidas pelos viajantes naturalistas, geógrafos e engenheiros não apenas contemporâneos à Saturnino, como: Spix, Martius, Theodoro Sampaio, Giácomo Gabaglia, Euclides da Cunha e Aziz Ab’Saber. De modo que foi possível notar um progressivo entendimento do fenômeno das secas no semiárido nordestino a partir de problemas históricos, econômicos, sociais e ambientais em contraposição às explicações apenas deterministas. Outra evidência foi a de que o sertão nordestino progressivamente foi deixando de ser representado como o vazio ou o deserto para ser representado pelas particularidades características do bioma das caatingas, com a identificação de plantas e sistemas ecológicos típicos deste bioma que já eram utilizados em suas características naturais pelos povos indígenas que transitavam por aquele território invadido pelas dinâmicas da colonização e do capitalismo industrial.
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